"a cada se ciclo me refaçodo pó ascende meu espírito inflamado

Pelas tantas vezes que me desfiz, eu sozinha,

através dos venenos e das lâminas fieis, pelo fogo inquisitor,

ainda assim, floresço como uma rosa selvagem no deserto das ilusões."

Anne Albuquerque


sábado, 20 de março de 2010



Incrível como permaneces o mesmo
Teu largo sorriso e voz aveludada...
Es exatamente como me lembrava
És eterno, amor!
E anseio no meu intimo ser igual.
A cada momento, minha vida se esvai
Tudo é lento demais sem tua presença,
Vem, e acalma minha revolta
Por viver condenada sem teu amor
Conduz meus passos aos nossos jardins
De volta a algum lugar perdido na memória
És eterno, amor!
Mas não por muito tempo...
Tudo me parece sempre longe demais
Assim como tua face amada
Ah amor!
Me envolve novamente em teus braços
Teu corpo é porto mais seguro
Embriaga meus pensamentos com teus beijos
Mata-me com teu prazer louco de amante
Leva-me embora contigo...

por Anne Albuquerque


sábado, 13 de março de 2010


Minha alma era fria,
Mas em alguns momentos centelhas quentes se acendiam
Como um Sol nesse espaço vazio dentro do peito,
Iluminando o profundo abismo por tras dos meus olhos
E eu não me reconhecia...
Os raios dourados da manhã tocaram suavemente minha pele
num último amanhecer de glórias saudado com um sorriso
Tão breve como um instante que o tempo desprezou
Esvai-se toda a beleza tecida em finas teias, as estações.
Nevava aquele dia, e só eu não percebi que era frio e sozinho,
o caminho para o berço dos meus sonhos de cristal.
Os flocos caíam docemente deixando o rosto roseado,
e eu não vi quando se tornaram parte de mim...
Minha alma era fria,
Mas em alguns momentos centelhas quentes se acendiam,
Tristes e sozinhas se extinguiram...
Pense em mim como o inverno incansável,
percorrendo os vales onde jazem rasas minhas vontades
Seguida apenas pelas minhas próprias incertezas,
Sem reconhecer outro rosto senão este de olhos vazios...
por Anne Albuquerque