"a cada se ciclo me refaçodo pó ascende meu espírito inflamado

Pelas tantas vezes que me desfiz, eu sozinha,

através dos venenos e das lâminas fieis, pelo fogo inquisitor,

ainda assim, floresço como uma rosa selvagem no deserto das ilusões."

Anne Albuquerque


domingo, 31 de janeiro de 2010




Mais um pouco do veneno!
Verta na taça cristalina o precioso líquido,
Ainda há vida pulsando nas veias...
E já não se pode esperar tanto...
Não agora que a dor se foi.
Mais...!
Expulse o sopro que insiste em ficar nos meus pulmões
Sem demora, apague a luz que resta no olhar
Rápido...
Pois o silencio devia ser eterno, mas não,
Ele não é...e logo os uivos sussurrarão nos meus ouvidos
Dos cortes verte o tenro sangue incessante
Mas não é o bastante...nunca foi!
Resta o alento que anima meu corpo
Toma-o!
Mais veneno...aos lábios e ao corpo inteiro
Rouba sem pensar o calor febril do cadáver
E enfia a estaca, de prata, no meu peito.
por Anne Albuquerque




segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Déjà vu



É sempre tão dificil suportar a dor
Sempre esfacelando o peito
Silenciosa e eternamente morrendo por dentro
E de repente o vazio...
A dor cala, as lágrimas secam....
mas a vida se esvai, se repete
Em círculos conduz os passos
De volta ao ponto partida,
Busca os mesmos cantos escuros,
Os mesmos versos amargos
daquela musica triste...

sábado, 23 de janeiro de 2010



Onde está o silencio que você me prometeu?
Seus olhos, estão sempre tão distantes agora
E suas palavras são como ecos de um passado distante...
Sinto como se despertasse para um pesadelo
E carregasse comigo somente a obrigação de viver
Meu mundo ruiu,
e você não estava lá...
Tudo é tão cinza ao meu redor...
Pequenos pontos de luz se vão em instantes
Minhas estrelas roubadas para onde não posso vê-las...
Mas você não retornou..
Eu desejo minha inocência de volta...
Os meus sorrisos e meus motivos...
Todos acompanhando sua luz pálida sobre mim
Talvez tudo não passe de um sonho ruim...
Por que sua ausência ainda me machuca?
Ecos encontraram seu lugar em mim
Sua marca talhada entre uma e outra cicatriz
Você está sempre tão distante...
Você ainda estará lá ao amanhecer?

por Anne Albuquerque