"a cada se ciclo me refaçodo pó ascende meu espírito inflamado

Pelas tantas vezes que me desfiz, eu sozinha,

através dos venenos e das lâminas fieis, pelo fogo inquisitor,

ainda assim, floresço como uma rosa selvagem no deserto das ilusões."

Anne Albuquerque


domingo, 31 de janeiro de 2010




Mais um pouco do veneno!
Verta na taça cristalina o precioso líquido,
Ainda há vida pulsando nas veias...
E já não se pode esperar tanto...
Não agora que a dor se foi.
Mais...!
Expulse o sopro que insiste em ficar nos meus pulmões
Sem demora, apague a luz que resta no olhar
Rápido...
Pois o silencio devia ser eterno, mas não,
Ele não é...e logo os uivos sussurrarão nos meus ouvidos
Dos cortes verte o tenro sangue incessante
Mas não é o bastante...nunca foi!
Resta o alento que anima meu corpo
Toma-o!
Mais veneno...aos lábios e ao corpo inteiro
Rouba sem pensar o calor febril do cadáver
E enfia a estaca, de prata, no meu peito.
por Anne Albuquerque




Nenhum comentário:

Postar um comentário